Com João Batista de Arantes
Depoimento dado em 30 de março de 2023, os sonhos foram todos realizados nestes 58 anos de formado: Aluno da 1ª turma de 1967.
Viaje nessa emocionante história do início dos tempos do Inatel contada por nosso ex-aluno, da primeira turma do Inatel, em sua homenagem à instituição, aos seus colegas, aos profissionais e toda a força necessária para formar as bases do Inatel que conhecemos hoje.
A história do Inatel, nasceu do pioneirismo do Professor José Nogueira Leite, Fredemark Gonsalves Leão, outros professores, que vinham de Itajubá-MG da Escola de Engenharia (IEI), de São José dos Campos-SP, da Escola de Engenharia da Aeronáutica (ITA) e também dos 70 alunos que passaram no “concurso do vestibular de Engenheiro Operacional de Telecomunicações” em abril de 1964, feito nas salas da Escola de Engenharia de Itajubá-MG; uma pequena recordação da 1ª turma:
Este concurso de Engenharia Operacional foi planejado, para ser feito em parceria com a Escola de Engenharia de Itajubá-MG; curso que oficialmente, ainda não tinha sido reconhecido, apesar de que, o vestibular tenha sido feito em abril de 1964.
Olhando para ele e dizendo consegui vencer a 1ª Etapa do sonho realizado, agora preciso pôr em prática
A revolução militar de 1964, com a imposição da Ditadura, com seu primeiro Presidente General Humberto Castelo Branco, cancela verbas para Educação de Ensino de Curso Superior, ficando a “Escola de Engenharia de Itajubá-MG muito prejudicada”, sem recursos financeiros para bancar o curso de Engenharia Operacional de Telecomunicações. Com o corte desta verba: não poderia ter professores preparados, não tinha laboratórios equipados para aulas práticas, não tinha salas adequadas para abrigar 70 alunos, para iniciar o curso.
Foi então que os patronos da Escola de Engenharia Operacional, Dr. José Nogueira, Fredemark Gonçalves Leão e Fernando Constante, foram a Santa Rita apresentar o projeto do curso do INATEL para a sociedade dos amigos de Santa Rita, ao seu primeiro Presidente eleito, em janeiro de 1964, o Professor Joaquim Inácio de Andrade Moreira (Professor “Quina”).
A partir dessa apresentação foi oferecido ao Inatel:
Os laboratórios para aulas práticas da Escola Técnica de Eletrônica ETE, tendo seu diretor o Padre Vaz, a sala da Escola Tiro de Guerra, que ficava bem em frente ao Cemitério Municipal, que foi utilizada no primeiro ano do INATEL em 1965, sendo mudada em 1966 para o prédio municipal desativado, onde foi realizado toda uma obra de infraestrutura.
Professores pioneiros vindos de Itajubá para dar aulas:
Professor José Nogueira Leite, que mudou para Santa Rita, no 2º ano do INATEL em 1966, vindo a falecer em setembro de 1966.
Fernando José Constante, mudou para Santa Rita para dar aulas no Inatel.
Fredemark Gonçalves Leão, Hélio Mokarzel (F), José Abel Royo dos Santos, José Carlos Gulart e Siqueira (monitor); Luiz Antônio Silva Pereira (F).
Professores pioneiros vindo do ITA – São José dos Campos: Aroldo Borges Diniz; Ernest Oscar Altschut; Heitor Mizara Vaz; Irany de Andrade Azevedo; Ivan Edson Ribeiro Gomes, Jayme Deicer; Luciano Leo Klrass; Miguel Henze; Tomás Hajnal.
Primeiros secretários: Manuel Pereira dos Santos (F); Rita Resende Vilela; Air Vilela.
Nós vestibulandos pioneiros, tivemos que “esperar, sonhar, que o sonho seria realizado” iniciando em 31 de março de 1965, na aula inaugural, sendo reconhecido o curso, pelo Governo Federal – Decreto nº 56810, Brasília, 31 de agosto de 1965.
Iniciamos o curso com 70 alunos, passando para 46 Engenheiros Operacionais de Telecomunicações formados na 1ª Turma de Pioneiros em dezembro de 1967, são eles:
Nossa entrega do diploma da 1ª turma, foi em 22 de março de 1968, sendo paraninfo, o Presidente da República, Marechal Arthur da Costa e Silva.
Alunos pioneiros, colegas da 1ª turma, que formaram na 2ª turma, em dezembro de 1968:
O que “foi muito importante” para o nosso aprendizado, foi a união do grupo, para o sonho ser realizado! Nosso grupo todo fez o cientifico, somente um aluno cursou técnico de Eletrônica, o Dalton Luiz Telles.
Nosso pequeno conhecimento das matérias básicas, para entender, a teoria e a prática de eletrônica nas telecomunicações foi muito difícil usando os livros básicos.
Nosso livro básico escrito em inglês ou espanhol: Everit in Aner.
Nosso aprendizado foi feito prestando a atenção nas aulas e com anotações nos cadernos.
Eram feitas apostilas da matéria do assunto dado em aula, que era reescrito, mimeografado pelo colega José Odir Dias Junqueira e distribuído pelos alunos.
Pela quantidade de alunos moradores em Itajubá-MG, foi dividido o grupo B de quatro alunos em B1, B2, B3...
O mesmo foi feito para os alunos moradores em Santa Rita do Sapucaí, a divisão em grupos de quatro alunos: A1, A2, A3, A4...
Nesse grupo A4: José Odir Dias Junqueira, Sérgio Milane Simiole (Pintado), Ulisses Severino Paiva e João Batista de Arantes.
O grupo B, moradores de Itajubá, fretava um ônibus de segunda a sábado, para assistir as aulas no Inatel e no sábado aulas de laboratório na ETE na parte da tarde, na Escola Técnica de Eletrônica.
Obs: Nos fins de semanas, Ulisses Severino Paiva, Sérgio Milane Simiole (Pintado) e João Batista de Arantes, íamos de carona no ônibus para namorar as nossas futuras esposas.
Uma grande vantagem da união para realizar nossos sonhos, foi a expectativa de passar um ano esperando o dia 9 de abril de 1965, o “Conselho Federal de Educação”, aprova a criação do Instituto Nacional de Telecomunicações e autoriza o funcionamento do curso de Engenharia e Operações de Telecomunicações.
Na foto, olhando para o horizonte das montanhas de Santa Rita do Sapucaí- MG, pensando a 1ª etapa foi vencida, agora é sonhar e realizar todas as etapas de Engenheiro e ser cidadão
Uma particularidade transmitida pelos professores da Escola de Engenharia de Itajubá – MG, também do ITA de São José dos Campos, que davam aulas até sem receber seus salários para que este sonho e realidade fossem alcançados.