Não é segredo que o Brasil é apaixonado por cerveja e esse mercado cada vez se aprimora mais, para acompanhar o paladar também mais exigente dos consumidores pela bebida artesanal. E mesmo com o impacto da pandemia e redução dos pontos de vendas, no ano de 2020, o país Brasil registrou um aumento de 14,4% em relação ao ano anterior no total de cervejarias registradas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (gov.br).
De olho nesse nicho em plena expansão, dois alunos da Engenharia de Controle e Automação do Inatel, Lucas Chiomark Pereira Santos e Maria Paula Ozana Almeida, correram atrás das cervejarias para entender suas necessidades, demandas e empreenderem com a Gold Cultive, para atuar na cadeia produtiva cervejeira.A entrada da startup no Programa de Ideação do Núcleo de Empreendedorismo do Inatel aconteceu no mês de junho de 2021, após muita pesquisa por parte dos alunos-empresários. “Realizamos alguns bate-papos com membros do setor cervejeiro, desde produtores de muda de lúpulo, até alguns produtores de cerveja artesanal, como cervejeiros ‘hobistas’ e cervejarias industriais. Escutamos suas dores e selecionamos algumas das mais citadas para que possamos estudá-las mais a fundo. O objetivo é desenvolver produtos para sanar essas dores e gargalos identificados” afirma o sócio, Lucas Chiomark.
De acordo com os alunos, o gatilho para a decisão do início da startup foram reportagens e matérias em veículos de comunicação mencionando o aumento dos produtores de lúpulo no Brasil. Para o casal, esse seria um mercado a se explorar e foi o que os levou a conhecer melhor toda a cadeia cervejeira.
Realmente, o consumo da bebida a base de lúpulo passou por um amadurecimento, aumentando a procura pelas cervejas artesanais. O país hoje é o 3º maior produtor de cerveja do mundo, atrás apenas de China e Estados Unidos. E o que a Gold Cultive quer é “atuar na cadeia cervejeira, visando bons negócios com tecnologia aliada a produtividade e comercialização de insumos para a fabricação da bebida” ressalta a empresária Maria Paula Ozana.
No entanto, começar uma startup enquanto ainda se está estudando é, no mínimo, um desafio. Os futuros engenheiros garantem que empreender na faculdade é uma mistura de sensações. “Elas vão do frio na barriga até a empolgação plena. Prova disso foi no último semestre letivo. Haviam inúmeras provas não tão simples para fazermos, porém em várias delas estávamos acabando de sair de uma entrevista ou bate-papo super envolvente e produtivo. É saber escalonar o tempo e quando for a hora de determinada atividade, fazê-la com máximo empenho, amor e sangue nos olhos” empolga-se o recém-empreendedor.
O interessante é que ao empreender durante a faculdade e dentro da própria Instituição de Ensino, os estudantes continuam a assistir aulas, mas dessa vez, sobre o mercado. “A partir do momento que decidimos que queríamos fazer parte da Incubadora do Inatel, todo o processo inicial foi rápido e tivemos uma ótima recepção. Tivemos uma entrevista com alguns membros da incubadora, apresentamos nossa ideia e fomos muito bem acolhidos. Após a entrevista a Gold Cultive foi direcionada à fase de ideação. Nessa fase precisamos focar mais no nosso público alvo e descobrir suas dores. Em meio a muitas pesquisas e bate-papos com pessoas da cadeia cervejeira nacional, estamos aprimorando cada vez mais nossos conhecimentos, descobrindo os gargalos e nos preparando para ajudá-los. Um marco para nós, foi ter percebido que precisamos entender melhor o mercado e suas necessidades, antes de aplicar soluções” conta Maria Paula.
E os sócios, mesmo ainda no começo da empresa, já almejam o melhor para esse público a quem estudam com tanta dedicação. “Mesmo com um grande caminho a se percorrer, esperamos e faremos com que todo o esforço seja recompensado pela satisfação dos clientes e parceiros” orgulha-se Lucas.