Projetos tentam combater o preconceito e baixo número de mulheres na tecnologia
A tecnologia é uma área essencial para o mundo. Porém, a presença feminina ainda é pequena se comparada ao potencial do setor. As mulheres enfrentam mais dificuldades para conseguirem uma oportunidade no mercado de trabalho, sofrem com diferenças salarias e, entre tantos desafios, lutam para combater a desigualdade de gênero.
Para que as mulheres possam, cada vez mais, garantirem espaço no mundo da tecnologia, é preciso discutir o problema e mostrar como a cultura tecnológica necessita de mudança. Segundo uma pesquisa divulgada por uma empresa de capacitação de líderes em tecnologia, o número de mulheres trabalhando no setor é menor que o registrado em 1984, quando 35% delas atuavam na área. Hoje, esse número caiu para 32%.
No Inatel, para incentivar o aumento da presença feminina na tecnologia, a instituição promoveu atividades para celebrar o Dia Internacional das Mulheres em Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), comemorado em 28 de abril. A comemoração contou com workshop, exposição e palestras.
O podcast MundoTech, do Inatalks, também abordou a necessidade de se incentivar a presença feminina na tecnologia. No segundo episódio da segunda temporada, os ouvintes podem conhecer duas histórias de como as mulheres estão ganhando mais espaço no setor.
Na entrevista, participaram a engenheira elétrica graduada pelo Inatel, Suzanne Melo, que possui uma carreira bem-sucedida na área acadêmica, e Carine Roos, fundadora da Newa, startup que presta cursos de capacitação a empresas sobre a necessidade de se valorizar lideranças a partir de minorias, como mulheres. O episódio está disponível no Spotify.
Desigualdade persiste, mas há projetos para reduzir problema
Os números mostram que ainda falta muito para reduzir a desigualdade. Nos Estados Unidos, as mulheres ocupam apenas 16% dos cargos em engenharia e 27% na computação. Metade das mulheres em cargos de tecnologia largam os cargos aos 35 anos de idade. A pesquisa aponta ainda que, com culturas mais inclusivas, cerca de três milhões de jovens mulheres poderiam estar trabalhando em tecnologia em 2025.
Por outro lado, o Brasil registra o avanço das mulheres no setor da tecnologia. Números mostrados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério da Economia, apontam que a participação das mulheres na área aumentou 60% em cinco anos, saltando de 27,9 mil mulheres para 44,5 mil, em 2019. Mesmo assim, as mulheres que atuam na área representam apenas 20% no Brasil.
Mesmo que 41,8% das mulheres estejam em cargos de liderança no Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), elas tendem a ser desacreditadas por conta do preconceito e precisam trabalhar muito mais para mostrarem capacidade de estarem em posições de chefia.
O principal passo para mudar essa situação é combater o preconceito. Para isso, empresas de mentoria têm trabalhado para mudar a mentalidade das organizações e incentivá-las a apoiar a presença feminina no setor. Programas como o Minas Programam, criado em 2015, procuram ensinar aprendizado de programação para mulheres em cursos de introdução e oficinas.
Existem, inclusive, startups destinadas a investir na presença feminina na tecnologia. A PrograMaria tenta contribuir para que mais mulheres se sintam motivadas e confiantes a explorar os campos da tecnologia e do empreendedorismo. A iniciativa publica entrevistas, reportagens, tutoriais e infográficos que mostram de que maneira as mulheres podem ganhar mais espaço na área.