Olimpíadas de Tóquio e a reflexão sobre a importância da saúde mental

Ao iniciar as Olimpíadas de Tóquio neste mês de julho, apesar do momento impar que estamos enfrentando devido à pandemia do Covid 19, foi possível viver alguns momentos de alegria em nossas madrugadas. Quem não acompanhou a jovem skatista Rayssa Leal? Entrou para história do Brasil, com apenas 13 anos, conquistou uma medalha olímpica, esbanjando espontaneidade e leveza nas suas provas. O nadador Fernando Scheffer, passou por obstáculos difíceis, por não ter lugar para nadar, devido às restrições sociais, chegou a treinar em um açude, no ano de 2020. E o nosso primeiro medalhista de ouro desta Olimpíada, o surfista Ítalo Ferreira, iniciou sua carreira surfando com tampa de caixa de isopor adaptada como prancha de surf.

Dentre todas estas histórias de alegria e superação o que mais me chamou a atenção nesta edição, até o momento, não foi à conquista de uma medalha olímpica, mas sim a desistência dela. A ginasta norte americana Simone Biles, surpreendeu e comoveu a todos ao decidir não competir as finais de provas da sua categoria. E sim, era a favorita para chegar ao pódio em primeiro lugar. O motivo ficou bem claro, prezar pela sua saúde mental.

A atitude da atleta, de olhar para si traz a importância de entendermos nossos limites e que em alguns momentos, não vamos estar bem e ok, não estar bem o tempo todo!

Através da sua fala, trouxe uma reflexão das vivências do nosso cotidiano, não estamos nas Olimpíadas, mas precisamos vencer nossas batalhas diárias. Como não falar da trajetória dos alunos do Inatel, os acompanhamos desde a primeira semana da graduação. As adaptações de vida necessárias, os desafios encontrados e a superação quando chega o momento tão esperado da formatura.

É preciso traçar os caminhos a percorrer, mas também saber olhar com atenção para nossas limitações, quando elas surgirem. Que a coragem e exemplo da ginasta Simone Biles fortaleça mais a nossa sociedade para construirmos mais espaços de expressão e diálogo sobre as nossas emoções. Acredito que a medalha de ouro nesta Olimpíada também foi para a saúde mental.