Afinal, o que o engenheiro eletricista tem a ver com economia e ecologia?
O ano de 2022 começou agitado com os anúncios de aumento nas tarifas de energia dos consumidores, em meio à crise hídrica nacional e a recuperação econômica pós-pandemia. É nesse contexto que a atuação da engenharia elétrica tem se mostrado fundamental para encontrar soluções que garantam a energia necessária para o sustendo tecnológico do país, que ajudem o bolso do consumidor e, ao mesmo tempo, não agridam o meio ambiente. Apesar de ser uma das engenharias mais antigas, o profissional que se dedica ao universo energético é um dos mais requisitados da atualidade.
Quando a ANEEL, Agência Nacional de Energia Elétrica, aprovou o aumento de dois dígitos nas contas para o usuário, a procura por painéis solares, que já mostrava números impressionantes, disparou. O Governo Federal, por sua vez, diante da necessidade de incentivar a ampliação da matriz energética, lançou uma linha de crédito para pessoas físicas para o financiamento de energia fotovoltaica residencial, visando o aumento de casas autossustentáveis energeticamente.
Energia Nuclear
O Engenheiro Eletricista e a Matriz Energética
E falando em matriz energética, o trabalho do engenheiro eletricista está presente em todas as fontes: solar, hidrelétrica, nuclear, marítima, eólica, geotérmica. Desde o projeto até grandes estruturas, como usinas hidrelétricas, subestações, distribuição e sistemas elétricos na indústria, o profissional tem uma responsabilidade ímpar, com ainda mais importância nos momentos de apagões e quedas de energia.
Apagões difíceis de se entender ao se comparar o potencial energético nacional com a maioria dos países. Frente a esse cenário, a engenharia elétrica pesquisa fontes de energias limpas e renováveis, como a energia solar, eólica, energia das ondas do mar e tantas outras, pensando em explorá-las cada vez mais para reduzir a dependência das hidrelétricas, que hoje são a causa dos aumentos na conta de luz.

Afinal, mesmo que o Brasil seja o segundo maior gerador de energia hidrelétrica do mundo, atrás somente da China, ainda padece com crises hídricas de forma recorrente, pois hoje o país aproveita apenas 33% do seu potencial hidrelétrico.

A engenharia, a eletricidade e o futuro
Pois todo avanço tecnológico dependerá de alguma forma de energia e acompanhar essa evolução será essencial para o desenvolvimento de qualquer nação. Por isso, a geração de energia é um assunto polêmico e preocupante, para os governos e a sociedade. Porque o país precisa de energia para se desenvolver, mas é preciso planejamento sustentável.
Na Alemanha, por exemplo, gera-se energia a partir do movimento das águas dos rios, sem construções de reservatórios, que causam impactos ambientais e sociais. Em 2012, foi instalado um projeto piloto de energia de ondas, a Usina do Porto do Pecém, no Ceará. Estima-se que os 8 mil quilômetros de extensão litoral no país podem receber usinas de ondas suficientes para fornecer cerca de 17% da demanda nacional por energia.
Eólica
Engenheiro Eletricista Eco Friendly
Para aproveitar 100% de suas bacias hidrográficas, o país teria que impactar negativamente o meio ambiente, os povos indígenas e ribeirinhos. Por isso, é tão importante investir em fontes alternativas, mas não só isso! Pois as energias nuclear e geotérmica, por exemplo, são alternativas, mas não são consideradas limpas e renováveis.
Aqui a atuação de um profissional de engenharia elétrica se destaca na visão de melhor aproveitamento das áreas, melhor utilização de cada fonte, direcionamento sustentável e responsável da energia. Por fim, mesmo uma humanidade cada vez mais automatizada ainda continuará precisando de atmosfera e de água limpas, de cada vez mais território para a agricultura necessária para alimentar o mundo e de engenheiros conscientes para sustentar esse futuro entre máquinas, humanos, energia e o planeta.
Lâmpada
Dani CoutinhoJornalista e publicitária
ASCOM - Inatel